“A meta é atender, de alguma forma, os animais que hoje estão em situação de rua; por todos os bairros encontramos animais desnutridos, em situação de abandono; temos recebidos muitas denúncias e também pedidos de ajuda de presidentes de bairros e de moradores que atuam como casas temporárias para esses cães”, frisa o presidente da Casa dos Conselhos, Celso Marcon.

O responsável pela Secretaria de Agricultura, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Sorriso, Nerci Adriano Denardi, pontua que o Município gostaria de poder acolher todos os animais em situação de rua. Contudo, o Abrigo Municipal de Cães e Gatos está lotado. “Estamos novamente ampliando o espaço, construindo novas baias; porém a demanda é muito alta, todos os dias recebemos vídeos de animais em situação de rua, sofrendo maus-tratos, alguns atropelados inclusive”, diz.

Denardi frisa que o Abrigo Municipal deveria funcionar como um local de passagem, com o animal sendo atendido e recebendo os cuidados necessários até encontrar um lar definitivo. “Na prática não é o que acontece; estamos com 220 animais e espaço suficiente para 180; temos muitos registros de pessoas que adotam, se arrependem e voltam a soltar o animal na rua”, detalha.

Hoje, todos os animais que estão no Abrigo são castrados e chipados. “Quando realizamos feiras de adoção encaminhamos somente animais vacinados, castrados, chipados e em boas condições de saúde”, ressalta o gestor.

Para debater esses e outros pontos, as equipes da Prefeitura e da Casa dos Conselhos, estiveram reunidos com voluntários. O casal Denise e Cézar veio de Lins (SP) e trouxe para a pauta um pouco da experiencia que vivenciaram por lá. Hoje, os dois moram em Sorriso. Segundo eles, em sua cidade de origem foram disponibilizadas as “casinhas dos cães” com à disposição trato, e, a partir disso, os animais foram capturados e castrados. Em Lins os dados apontam que  quatro mil animais foram castrados em um ano.

Presente na reunião, o secretário de Administração, Estevam Calvo, também destacou que além de encontrar um local seguro para o animal viver há ainda a preocupação constante com as zoonoses transmitidas por animais sem cuidados. “Nossa preocupação está em encontrar formas de cuidas desses animais e também da população; temos o depoimento de muitas pessoas que acolhem como um lar temporário, mas esses animais – tanto os que estão em lares temporários como os do abrigo precisam de um lar definitivo e estamos buscando soluções”, diz.

A preocupação com a transmissão de zoonoses também é compartilhada pela coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno, que lembra que cães de rua não são imunizados em campanhas como a antirrábica, o que aumenta o risco de transmissão da raiva. “A meta é que todos juntos – poder público e sociedade, possamos encontrar um caminho viável”, completa.