Lincoln acrescenta que o projeto atual subtrai mais de 3 milhões de hectares ( 3.430.245 hectares) da atual área agricultável do Estado de Mato Grosso, o que corresponderia a diminuir a área atual em cerca de 12%. Dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de 2017, pontuam que hoje apenas 34,94% do território do Estado são cobertos por lavouras e pastos, equivalendo à 2.736.308 ha ocupados por pastagens naturais (3,03%), 19.436.010 ha por pastagens plantadas (21,52%), 9.385.030 ha dedicados à agricultura (10,39%). Já área urbana do Estado corresponde à apenas 266.829 há (0,30%).

Em contrapartida, a área compilada como preservada pelo CAR de 2017 equivale a 64,77% da área total do Estado, e, é composta por 58.495.632 hectares (ha) de vegetação protegida e preservada, reserva legal, terras indígenas e unidades de conversação. No total, o Estado de Mato Grosso tem 90.319.809 hectares de área.

“Com a atual proposta do Zoneamento Socioeconômico Ecológico, perderia-se cerca de 12% da atual área em uso para produção agropecuária, o que, tornaria inviável a manutenção justamente dessas atividades que hoje respondem por mais de 50% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado”, pontua Lincoln ao citar que de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o agronegócio representa 50,5% do PIB de Mato Grosso.

“Muitos municípios ficariam totalmente comprometidos, como é o caso de Peixoto de Azevedo e Alta Floresta aqui no Nortão”, diz Lincoln. O gestor da SAMA destaca que a pauta é do Estado todo. “Vamos conversar para formar a Comissão Permanente de Revisão. Queremos agregar valor ao que é produzido na atual área e não diminuir expectativas de geração de renda e trabalho”, finaliza.