A análise de possibilidades e viabilidades da implantação de uma usina de etanol de milho foi o tema de um encontro realizado nesta manhã (02) na Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo (Semictur), que contou com representantes da RuralProsper Consultoria, Sindicato Rural, Cooperativas, empreendedores e produtores locais.
O diretor da RuralProsper e consultor internacional em irrigação, Washington Silva, pontuou que “nossa vinda para Sorriso é para detalhar o processo, apresentar o projeto de uma usina e de consultoria”. Silva detalhou ainda que na reunião foi apresentado um módulo base para exemplificar, com capacidade de produção de 38 milhões de litros/ano. “Esse é só um modelo para que os participantes tivessem ideia do empreendimento. Se o projeto realmente se efetivar aqui, ele poderá ser expandido de acordo com a necessidade local”, explicou.
Silva ressaltou que uma usina com capacidade de produção de 38 milhões de litros/ano necessitaria somente da produção de 15 mil hectares de milho. A projeção de Sorriso é plantar 400 mil hectares após a colheita da soja. Para o consultor, toda a região “transpira agronegócio e produção”.
Além de Silva, acompanhou o debate o especialista sênior em bioenergia da RuralProsper, Claudinei Andreolli. Tanto Silva quanto Andreolli atuaram na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) por 35 anos no setor de pesquisa. Antes de tratar especificamente do etanol, Andreolli lembrou que esteve na região pela primeira vez em 1980, quando, na companhia de um amigo trouxe as primeiras sementes da variedade de soja Cristalina, antes do surgimento de muitos municípios.
“E ontem voltei e vi soja sendo colhida, vi campos já plantados com milho e algodão. Depois de tantos anos vi um cenário transformado”, comentou. Andreolli também falou sobre os avanços tecnológicos e melhorias de sementes após as pesquisas realizadas pela Embrapa e detalhou o início das discussões sobre a Embrapa Agroenergia em 2004, lembrando que o carro flex surgiu no Brasil em 2003. Segundo ele, todo o processo abriu muitas portas para a bionergia e consequentemente, para o etanol de milho.
Para o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Cláudio Drusina, debates como esse são fundamentais para discutir as potencialidades do município, envolver as entidades e fomentar a economia. “Nossa intenção é debater a verticalização da nossa produção e além de vender a matéria prima in natura, também industrializar aquilo que o município produz para agregar valor, pois temos certeza de que dessa forma vamos gerar mais oportunidades de trabalho e renda também”, frisou.
Conforme o presidente do Sindicato Rural, Luimar Gemmi, “a iniciativa é excelente. Acredito que a Prefeitura pode continuar trazendo e apresentando esses projetos porque é uma forma de agregar valor. Outro ponto interessante é formar cooperativas de produtores interessados em projetos como esse ou em esmagadora de milho, por exemplo”, ressaltou.
Também participaram da reunião os secretários de Agricultura e Meio Ambiente, Sardi Trevisol e de Administração, Estevam Hungaro Calvo Filho.
Safra 2017
De acordo com Luimar, a projeção é que a área plantada com milho chegue a 400 mil hectares na safrinha. Já a expectativa para colheita é o retorno aos patamares de anos anteriores, como 2015, quando o município chegou a 108 sacas por hectare em média. “2016 foi um ano atípico e a média ficou em 85 sacas por hectare. Esperamos que neste ano a produção volte a alcançar a média de anos anteriores como 2015”, pontuou Luimar.