A formação segue um cronograma que iniciou ainda em 2022, quando a profissional realizou uma série de palestras em escolas estaduais para tratar do assunto. No ano passado o tema trabalhado foi “Não se engane com as novidades; ele não é inocente e pode te matar” e a ênfase foi justamente no cigarro eletrônico.
E em 2023, o projeto ganhou reforços, inclusive com formação dedicada aos professores de ciências que atuam no ensino fundamental/anos finais. “O público dos anos finais é formado por adolescentes e jovens, justamente a idade que está propícia a desenvolver o hábito de fumar”, pontua a coordenadora do departamento de Educação em Saúde, Sílvia Gehring. “Daí a importância de trabalharmos informação preventiva com esse público específico, e, além disso, ofertarmos informações seguras para que os professores possam dispor de ferramentas educativas em sala de aula”, ressalta.
A coordenadora destaca que o Município busca aliar a informação a todo o atendimento que a Secretaria oferta aos pacientes tabagistas com intuito de prevenir e amenizar os danos causados pelo tabaco. “Muitas vezes o aluno trabalha esse tema na escola, leva um choque de realidade e percebe que não tem nada de bacana no tabaco; o estudante também leva a informação pra casa, estimulando familiares a parar de fumar”, defende Sílvia.
Tabagismo discutido no palco
E para falar mais dos riscos do tabagismo em sessão única no dia 31 de maio, às 19 horas, no Auditório Magessi do Centro de Eventos Ari José, estará em cartaz a peça “É hora de evaporar os prejuízos do tabaco e do cigarro eletrônico”. A entrada é gratuita e a peça é permitida para maiores de 12 anos.
Em cena jovens e adolescentes que gostam de novas experiências. Mas, como nem toda nova experiência é boa, a peça aborda justamente os riscos do cigarro, quer seja em tabaco ou eletrônico, o famoso vape, abreviação de vaporizador.
O trabalho desenvolvido tanto com a formação de professores como com palestras e o teatro, integra uma série de ações da Comissão de Integração de Ensino e Serviço (Cies) da Secretaria de Saúde e Saneamento (Semsas) que nessa edição também conta com o apoio das secretarias de Educação (Semed) e a Secretaria de Cultura, Turismo e Juventude (Semcultj).
O vape
De acordo com cientistas, o cigarro eletrônico, também chamado de vape - abreviação de “vaporizador”; assim como o cigarro convencional também faz mal à saúde por liberar nicotina. Presente tanto nos cigarros tradicionais quanto no vape, a nicotina causa vício, ou seja, ao ser inalada provoca dependência assim como outros tipos de drogas.
Dados sobre tabagismo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença, e o uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, dispositivos eletrônicos e outras drogas é um problema de saúde pública de ordem Internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano; mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão são de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional e consequente dependência, tornando-se cada vez mais popular entre adolescentes adultos e jovens. O cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves e levar à dependência da nicotina, além disso, pode provocar danos na mucosa oral, irritação da garganta e olhos, crises de asma, rinite, pneumonia e também favorecer o aparecimento de diversas complicações cardiovasculares.
Estudos demonstram que as complicações do tabagismo matam mais que AIDS, malária, tuberculose, crack, cocaína e heroína, configurando-se como a maior causa evitável de doenças, invalidez e morte. Fumar é um fator de risco para mais de 50 doenças, metade delas incapacitantes e/ou fatais.