Conforme a zootecnista da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA), responsável pelo acompanhamento do projeto, Fátima Balbino Savegnago, destaca que há três meses os produtores locais iniciaram o processo de mudança. Fátima conta que a ideia surgiu depois de acompanhar a produção de perto. “Levei a proposta para os nossos produtores daqui e todos concordaram em realizar a experiência”, diz. Desde então, a mandioca ou macaxeira, está substituindo cerca de 70% do milho e 30% do farelo de soja usados como ração.

Para virar ração, a mandioca passa por um processo de corte e secagem. O composto é fabricado tanto com a parte aérea da planta com folhas e caule quanto com a rama. A nova ração tem substituído a composição anterior, essencialmente de milho e soja, preservando todo o valor energético e proteico necessário ao frango. A novidade tem agradado o paladar das aves e, de quebra aliviado o bolso dos produtores. “Quem já está fornecendo a ração à base de mandioca tem nos relatado uma economia de até 50% no valor de criação”, pontua Fátima. A zootecnista explica que a ração é produzida a partir do cultivo dos próprios produtores. “Eles dispõem também da farinheira para facilitar a produção do composto”, acrescenta. Para o produtor Joel Florentino, os resultados tem sido eficientes e a economia gerada bem vinda.

Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Mácio Kuhn, todos os produtores integram o programa de apoio à avicultura idealizado e realizado pelo município. Kuhn salienta que além da assistência técnica, que tem viabilizado avanços como o da ração de mandioca; os agricultores cadastrados receberam apoio para a construção de aviários. “Somente no ano passado subsidiamos a construção de 60 aviários”, frisa. De acordo com o secretário, o programa conta com 140 produtores cadastrados; desses, 20 famílias já estão comercializando no mercado o produto final.

“Hoje temos três linhas de produção final disponível ao consumidor: o frango de 70 a 120 dias criado a pasto, sem o uso de promotores de crescimento na ração, sem o uso de medicação preventiva, apenas curativa e que tem recebido a ração de mandioca, que é classificado como frango caipira; a galinha de postura que após fechar o ciclo é classificada como galinha congelada e o frango que não se enquadra em nenhum desses rótulos, classificado como frango de fazenda”, explica Kuhn. “Tudo isso requer muito trabalho, empenho por parte dos agricultores e da equipe técnica”, completa.

Kuhn lembra ainda que a assistência disponível desde o início da cadeia produtiva, continua no momento do abate. Desde maio de 2020 os produtores contam com local apropriado para o abate e conservação dos produtos.  Trata-se do Abatedouro Municipal de Aves, inaugurado em 20 de maio. Desde então, foram abatidos no espaço mais de 30 mil aves, o que equivale a mais de 90 mil quilos de carne. Hoje, são abatidos cerca de 200 frangos/dia. Contudo o local tem capacidade para abater de 300 a 400 frangos/dia. Toda a produção está sendo comercializada pelos produtores nas feiras livres municipais, supermercados e também direto com o cliente.

Além da produção já comercializada, a produção também atende o programa Mesa Saudável, desenvolvido pela Prefeitura Municipal por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em um trabalho conjunto das secretarias de Agricultura e Meio Ambiente e Assistência Social, em que 180 famílias de baixa renda cadastradas no programa têm recebido o complemento com a galinha congelada na cesta básica.

Todo o processo de abate é supervisionado pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e realizado dentro dos parâmetros exigidos pelos órgãos de vigilância sanitária. “Esse acompanhamento é realizado por equipe técnica especializada, coordenado por duas veterinárias que acompanham o abate em tempo integral”, ressalta. “A próxima meta é conseguir o Serviço de Inspeção Estadual e comercializar no Estado todo”, acrescenta.

O Abatedouro também integra o Programa de Incentivo à Avicultura desenvolvido pela Prefeitura por meio da SAMA. A estrutura está localizada às margens do BR-163, no local que abrigava a antiga farinheira e que foi reformado e ampliado. As obras tiveram início em outubro de 2019, com um investimento de R$ 250 mil em recursos do próprio Município para parte estrutural e R$ 102 mil para a aquisição dos equipamentos necessários para o abate de animais.

O secretário lembra ainda que a Administração Municipal continua cadastrando novos produtores rurais no programa. Os interessados devem procurar a Sama, no Paço Municipal, das 7 às 13 horas ou entrar em contato pelo telefone 3545-4729.