“Ela já tem até dor nas costas de tanto empurrar a cadeira; essa nova, adaptada às minhas necessidades vai possibilitar que eu me movimente sozinho”, comemora ele ao destacar a melhora na mobilidade.

Assim como Antônio, dona Maria Santos Grando, também trocou de cadeira hoje. Dona Maria destacou o conforto com o novo “veículo”. “É bem mais macia, só não dá pra querer competir com os carros”, brinca, sorridente. Em decorrência da diabetes, dona Maria teve a perna direita amputada acima do joelho. “A cadeira virou as minhas pernas”, destaca.

Dona Maria Santos Grando 

No total, até às 16 horas desta terça-feira, serão entregues 28 órteses e 22 cadeiras de rodas. Quem explica um pouquinho mais é a fisioterapeuta responsável pela oficina ortopédica do Cridac, Lilian Aparecida Fabris. “O projeto Ir para Incluir busca trazer para mais perto dos usuários os serviços do Cridac; sem a necessidade desses pacientes com mobilidade reduzida ir até Cuiabá para avaliação”, diz.

 “Essa é uma ação humana e necessária”, completa a fisioterapeuta.

 Lilian frisa que o Ir para Incluir não isola as ações do Centro que continua atendendo normalmente. “O projeto pensa no paciente”, ressalta. Para tudo ser possível, são dois momentos: no primeiro são feitas as medições e o material é confeccionado de acordo com a necessidade do usuário, já o segundo momento é a fase da entrega. 

 Em março, quando a equipe do Cridac esteve em Sorriso, foram realizados 101 atendimentos ortopédicos com avaliação para encaminhamento, órteses, cadeira de rodas e de banho. Inicialmente, a previsão era atender 50 pacientes, mas o número de pessoas que procurou auxílio passou bem longe da meta inicial – dobrou. Do total geral que passou pela avalição, 28 pacientes tiveram a necessidade de uso de órteses constada e 22 necessitam de cadeiras de rodas. Todos os pacientes atendidos já haviam passado pela triagem da Central de Regulação do Município.

O gestor da pasta de Saúde e Saneamento, Luis Fábio Marchioro, exalta a importância dessas ações na vida dos pacientes e familiares. “Temos pacientes aguardando ansiosamente; isso significa mais liberdade de locomoção; enfim, é qualidade de vida ao paciente e para a família”, diz.

“Quando a equipe esteve aqui vimos muito empenho em atender, muito cuidado com o outro; agradecemos a humanidade do Cridac em enviar suas equipes para o interior; antes tínhamos que nos deslocar com nossos pacientes até a Capital para uma avaliação, por exemplo” e para quem enfrenta dificuldades motoras “é muito mais fácil, ágil e humano ser atendido em casa”, ressalta Luis Fábio.

E para quem atua na entrega, a alegria é ainda maior do que para quem recebe, garante Lilian. “A gente se coloca no lugar de cada paciente, de cada familiar e fazer a diferença, melhorar a qualidade de vida de alguém é gratificante; sempre me coloco no lugar do outro: poderia ser alguém da minha família, ser eu, então, é muito gratificante trazer qualidade de vida”, finaliza.

Parceria Prefeitura/Cridac

Para viabilizar o trabalho no interior, o Estado firma parcerias com as prefeituras, sempre por meio das secretarias de Saúde. Para Sorriso, o trabalho conjunto entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento (Semsas) resultou no recebimento do caminhão do Hemocentro e também da carreta do Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac) em março.