O golpe é antigo. Mas voltou a ser aplicado em Sorriso. O alerta é feito pela presidenta da 17ª Subseção de Sorriso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carla Guerra.
De forma simples, pessoas que estão com algum processo em andamento recebem mensagens do advogado informando que houve um andamento no trâmite, e que o cliente precisa enviar dinheiro. Detalhe: o processo realmente existe, a foto é do advogado, mas o telefone de contato é outro. E o dinheiro que o cliente (no caso, a vítima) enviar cai no bolso do golpista. "Os golpistas, às vezes, enviam boletos para pagamento dizendo se tratarem de custas processais necessários para liberação de valores a receber , utilizam peças processuais e timbre do escritório realmente contratado", detalha a advogada.
Para orientar clientes e advogados de todo o Estado, a OAB - MT está divulgando a campanha que tem como mote “Saia do Foco dos golpistas”. A OAB-MT criou canal para receber as denúncias. Todos que quiserem informar sobre golpes, tentativas de golpes ou fraudes podem enviar um e-mail para denunciagolpes@oabmt.org.br. As denúncias recebidas pela OAB-MT serão encaminhadas para a Polícia Civil e demais órgãos responsáveis pela investigação ou outras providências que devam ser tomadas.
O chamado ‘golpe do falso advogado’ começou a ser denunciado para a OAB-MT, de forma mais frequente, a partir de agosto de 2020, e, desde então, diversas campanhas de conscientização, divulgações, alertas, entrevistas e outras ações foram realizadas pela Secional mato-grossense.
Assim que as denúncias chegam à Seccional Mato Grosso, elas são encaminhadas para a Polícia Judiciária Civil. Foram devido a estas informações que começaram as investigações policiais. Em apenas um inquérito, foram investigados 73 casos de golpes e fraudes, sendo que 43 destes foram encaminhados pela OAB-MT.
A forma de agir dos golpistas é se passar por advogados, utilizando números de telefone desconhecidos e com DDD de outras cidades, usando fotos de profissionais da advocacia reais que são coletadas nas redes sociais. Após abordarem as vítimas, eles fazem pedidos de depósitos bancários com urgência.
Uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso, que surgiu das denúncias levadas pela OAB-MT, resultou em 32 prisões, 33 mandados de busca e apreensão, além de várias contas bancárias bloqueadas.