“A intenção é não termos focos de incêndio, claro; mas, caso ocorram precisamos estar preparados para atuar com agilidade”, frisa o prefeito Ari Lafin. Entre as ações discutidas anteriormente e já realizadas estão a atualização do mapa das áreas com maior índice de registros de fogo e o mapeamento dos pontos de água disponíveis para o caso de ocorrências.
O Executivo também já adiantou a limpeza de locais de risco com vegetação alta; realizou palestras orientativas em escolas e discutiu com as imobiliárias a necessidade da limpeza constante de áreas comerciáveis. Além disso, o Sindicato Rural realizou orientações em relação à colheita do milho e da limpeza das faixas periféricas da rodovia.
O comandante da 10.ª Companhia Independente de Bombeiros Militar Alves Daroit, tenente BM Thiago Soares Reis, destaca a dimensão territorial do Mato Grosso. “Precisamos da ajuda de todos, nosso Estado é continental, com um período longo e difícil de estiagem, por isso precisamos unir esforços e do auxílio de toda a população”, diz.
Thiago lembra que no perímetro urbano o fogo é proibido em qualquer época do ano e na área rural qualquer queimada precisa de autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). “Se a área urbana nos auxiliar mantendo a limpeza e evitando o fogo, poderemos atuar com maior rapidez no caso de incêndios de lavouras. Entendemos que na área rural nos deparamos com muitos incêndios criminosos; nenhum produtor coloca fogo, ninguém quer perder sua terra e produção e precisamos atuar com rapidez inclusive para evitar que esses focos cheguem à área urbana”, explica.
Hoje, a 10.ª CIBM conta com três viaturas para uso em focos de incêndio e apoio da Prefeitura. “Caso necessário, teremos a disponibilidade de caminhões pipas e de brigadistas pela Prefeitura; também temos o apoio do Ciopaer (Centro Integrado de Operações Aéreas) que manterá uma aeronave à disposição da região”, reforça.
Presidente do Comitê, o secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Samatec), Nerci Adriano Denardi, pontua que como já foi definido na primeira reunião de 2024, realizada em março, para acelerar o atendimento e facilitar acesso à locais como o Assentamento Jonas Pinheiro, todos os envolvidos também devem receber um mapa do Assentamento. Assim, se houver chamadas as equipes já saem com o trajeto traçado.
“Especificamente no Assentamento, como são muitos travessões, precisamos estar organizados com a rota mais rápida e de mais fácil acesso no caso de chamadas”, destaca o gestor da Secretaria de Agricultura Familiar e Segurança Alimentar (Semasa), Marlon Zanella.
Para 2024, o Governo de Mato Grosso decretou prazos ampliados para o período proibitivo de uso do fogo. Na Amazônia e Cerrado, o uso do fogo fica proibido entre 1º de julho a 30 de novembro, e no Pantanal, entre 1º de julho e 31 de dezembro. Os prazos foram fixados pelo Decreto n.º 827 de 18 de abril.
“Contudo, o que precisa ficar claro é que atear fogo é crime ambiental e uma prática errada o ano todo”, finaliza o prefeito.
Estrutura do Município
Hoje o Município conta com dez caminhões pipas que podem ser usados no combate à incêndios. A intenção é deixar um desses veículos na base instalada no Jonas Pinheiro para atendimento mais ágil no caso de eventualidades no Assentamento. “Além dos prejuízos financeiros há os problemas de saúde em consequência do fogo e da fumaça para toda a população e precisamos diminuir o tempo de resposta no caso de queimadas”, diz Denardi. “Também vamos focar na cultura do fogo usado para limpeza: essa é uma prática perigosa que precisa ser eliminada”, reforça.
Dados de 2023
Em 2023, a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec), registrou 120 incêndios. Desse total, 40 foram de médio e grande porte, quando há a necessidade de uma força tarefa com o uso de caminhões pipas; ação dos Bombeiros e uso de aeronaves no combate às chamas. As demais 80 situações foram de fogo doméstico, em que ao chegar ao local a equipe constatava que o fogo havia sido colocado pelo próprio morador para queimar folhas e lixo. Nessas situações, mediante orientação da Defesa Civil, o morador foi o responsável por apagar as chamas. “Quando constatamos focos domésticos explicamos aos moradores que eles podem sofrer punições como multas ou até ações mais graves como prisão e orientamos que eles mesmo apaguem as chamas”, explica o coordenador da Compdec, Alberto dos Santos.
No comparativo com os dados de 2022, em 2023 Sorriso registrou 57,89% ocorrências a menos em grandes e médios focos – em 2022 foram 95 registros de incêndios médios e grandes. Por outro lado, em 2022 não houve registros de fogo doméstico.
O Comitê
Criado em 18 de junho 2021 - há exatos quatros anos hoje, pela Lei n.º 528/2021, o Comitê conta com integrantes da Prefeitura e de outras instituições, como o do Sindicato Rural, o CAT, a Aprosoja, o Corpo de Bombeiros Militar (BM), a Polícia Militar (PM), a Polícia Judiciária Civil (PJC), associações empresariais e concessionárias de rodovias.