“Foram dois dias extremamente enriquecedores; tivemos a oportunidade de ouvir a Jane Valente que é doutora em Serviço Social, Líder Executiva pela 1.ª Infância/Harvard e pesquisadora da Unicamp; além de várias lideranças nacionais; secretárias estaduais; ouvimos relatos de outros municípios contando experiencias únicas sobre o Família Acolhedora”, diz Jucélia.
Para a secretária, esse é um serviço muito humano. “Há uma carga emocional muito forte nesse Serviço: você precisa encontrar pessoas com estabilidade para receber de forma temporária uma criança em casa até que ela vá para um lar definitivo; são questões bem delicadas e que necessitam ser bem delineadas e trabalhadas com equilíbrio”, frisa. “É um serviço desafiador e que precisa estar baseado em muito amor”, completa.
Jucélia lembra que Sorriso está em trabalho de implantação do Família Acolhedora desde 2018. “É preciso sensibilizar as pessoas da importância desse ato”, ressalta.
Para integrar o Serviço, as famílias podem e devem procurar a Secretaria de Assistência Social. As famílias interessadas passam então por uma capacitação para receber em suas casas, por um período determinado, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos em situação de risco pessoal e social, dando-lhes acolhida, amparo, aceitação, amor e a possibilidade de convivência familiar e comunitária.
Vale ressaltar que as famílias acolhedoras não se comprometem a assumir a criança como filho definitivo. Elas são, na verdade, parceiras do sistema de atendimento e auxiliam na preparação para o retorno à família biológica ou para a adoção. O período de acolhimento, também conhecido como guarda subsidiada, é de seis meses, podendo se estender para dois anos. Cada família abriga um jovem por vez, exceto quando se tratar de irmãos.
Casais, mulheres e homens solteiros podem participar do programa. As famílias acolhedoras são selecionadas, capacitadas e acompanhadas pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento.
Para o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, participar do encontro em Alta Floresta possibilitou ampliar o olhar em relação ao Serviço. “São crianças que por algum motivo drástico não estão com suas famílias biológicas e que necessitam de amparo; é uma forma de propiciar a reconstrução de vínculos familiares e comunitários e garantir o direito à convivência familiar e comunitária; esperamos que mais famílias optem por participar do Serviço tanto aqui como em qualquer outro Município que oferta esse suporte”, defende.
O I Encontro Regional do Serviço de Família Acolhedora foi uma iniciativa da Prefeitura de Alta Floresta por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, em conjunto com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente e reuniu representantes de todo o país.