“A fruticultura irrigada no município como opção de renda para a agricultura familiar” foi o tema do Dia de Campo realizado hoje (10), no Assentamento Jonas Pinheiro. Cerca de 200 produtores de Sorriso e da região acompanharam as palestras nas estações de trabalho e a vitrine de referência tecnológica da fruticultura de Sorriso.
Na abertura do evento, o vice-prefeito Gerson Bicego, apresentou o programa “Frutifica Sorriso”, pensado e alinhado justamente para fortalecer a fruticultura no município. Bicego pontuou que o Frutifica foi planejado para ser mais uma fonte de renda para a agricultura familiar. “Vamos juntos buscar alternativas de crescimento para os nossos pequenos agricultores e fortalecer a cadeia produtiva do município”, pontuou.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Sardi Trevisol, destacou que a fruticultura é uma opção de renda com culturas perenes, que não necessitam de plantios novos todos os anos. “Além disso, o Dia de Campo voltado para a fruticultura também é uma forma de fortalecer a agricultura familiar e apresentar para os nossos produtores outras opções de renda”, ressaltou. Bicego e Trevisol lembraram aos produtores que a Administração Municipal está aberta para novas parcerias e busca de alternativas para a agricultura.
Quem passou por lá, pode acompanhar também as estações de trabalho. Na primeira, o engenheiro agrônomo da SAMA, Luís Henrique Dal Magro, abordou a “Produção do coco e irrigação”. Na segunda, o doutor em agronomia e professor da UFMT de Sinop, Jonas Cunha Neto, versou sobre “Acerola e caju”.
Já na terceira estação o produtor Ademar Capeli, proprietário do local em que o Dia de Campo foi realizado, relatou sua experiência no “Cultivo e manejo da goiaba, manga e consócio na fruticultura”. Em 20 hectares localizados no Assentamento Jonas Pinheiro, Capeli e esposa Dagmar, cultivam manga, goiaba, coco, acerola, pinha, romã, mamão, maracujá e uva, comercializados no mercado local e regional.
O vice-prefeito da cidade vizinha, Vera, Marcelo Alves da Costa, disse que ficou “deslumbrado com o evento. É fantástico. Queremos intensificar o desenvolvimento da agricultura familiar em Vera, por isso vim conferir de perto o evento”.
Já a agricultora Elizabete Fátima Andrade contou que mora no assentamento Jonas Pinheiro há 14 anos, “quase 15. E um dia como esse traz muita novidade importante para a gente. Faz pensar em outras possibilidades”, comentou.
O Dia de Campo no Assentamento Jonas Pinheiro foi promovido pela SAMA e contou com a participação direta dos técnicos do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT), campus de Sorriso. Além da participação de produtores locais e regionais, equipes técnicas de várias secretarias de agricultura da região marcaram presença.
Os Capeli e a fruticultura
A esposa de Ademar, Dagmar, conta que tudo começou há seis anos quando ela e Ademar se estabeleceram no Assentamento Jonas Pinheiro. “Dois anos depois disso, o Ademar me falou “vamos investir em fruticultura?”. Achei que não iria dar certo. Mas ele insistiu e então há quatro anos passamos a trabalhar com fruticultura”, contou.
Dagmar explica que o marido pensou na ideia inspirado na experiência dos pais dela, fruticultores em Petrolina, município do interior pernambucano. “O Ademar apostou que daria certo e deu”, diz.
Hoje, além de Dagmar, do marido e do irmão dela, Adilson, trabalham no sítio mais cinco pessoas continuamente. “E na época de safra empregamos mais dez pessoas temporariamente”, explicou ela. Acrescentado que a fruticultura é uma fonte de geração de renda não só para quem planta, mas gera vagas de trabalho no próprio Assentamento, “o que nos deixa felizes”.
Nos 20 hectares do sítio, hoje o casal cultiva manga, goiaba, coco, acerola, pinha, romã, mamão, maracujá e uva, comercializados no mercado local e regional. “A demanda superou as nossas expectativas iniciais. Mas, obviamente, queremos continuar investindo e melhorando sempre”, ressaltou Dagmar.
Ao apresentar a estação que trabalho que tratou do “Cultivo e manejo da goiaba, manga e consócio na fruticultura”, o marido Ademar, falou sobre a experiência da fruticultura em Petrolina. Ademar relatou a última visita realizada à cidade acompanhado de técnicos da SAMA, “Petrolina respira fruticultura 24 horas por dia”, disse.
Segundo ele, lá foram construídos canais para irrigação a partir do Rio São Francisco. “São 60 mil hectares de área irrigada e produzindo frutas. Se eles conseguem lá, nós também vamos conseguir aqui, em que é bem mais fácil encontrar água no solo”, pontuou Ademar.
Outra vantagem apresentada pelo produtor é o concílio de culturas. “Com a uva é possível criar ovelhas, por exemplo. E a vantagem é que o esterco de ovelha é rico em material orgânico, que já se torna o adubo natural da terra”, finalizou.