Alvarenga lembrou que Sorriso já foi o maior produtor nacional de pescado de água doce, feito repetido nos anos de 2013 e 2014 quando o município manteve-se como líder entre os municípios brasileiros produtores com 21 mil toneladas do produto no mercado. “Hoje ocupamos a terceira posição, mas não temos dados atualizados”, diz. Alvarenga pontua que o Conselho foi criado com a missão de viabilizar e ampliar a produção da cultura de forma local e regional. “A piscicultura traz várias possiblidades, uma delas é o fato de que o pequeno produtor pode agregar o pescado com as outras culturas da propriedade aumentando a geração de renda”, frisa.

Para o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Marcelo Lincoln, o Conselho será uma forma de fomentar a piscicultura de maneira conjunta. Entre as principais pautas está a necessidade de discutir com o Governo do Estado o valor do imposto cobrado sobre o pescado. “A taxa estadual hoje é de 12%, o que é bem alto. Soma-se a isso a alta geral no valor da produção: há pouco tempo atrás um saco de ração custava R$ 45; hoje esse valor subiu para R$ 170; então precisamos discutir em conjunto e buscar formas para que todos possam continuar na atividade”, relata.

Lincoln pontua ainda a importância do Conselho reunir grandes e pequenos produtores. “Precisamos que aja essa união para o suporte necessário e também a segurança de venda”, salienta ao destacar que o município conta com 120 reservatórios instalados em pequenas propriedades rurais em que são produzidos peixes de várias espécies. Os reservatórios foram construídos em parceria pela SAMA com os produtores rurais. “Além de produzir peixes, os reservatórios dão suporte para que os produtores possam cultivar os hortifrútis hoje já comercializados por eles nas feiras municipais, por exemplo”, pontua. “Fomentar novas possibilidades produtivas para a agricultura familiar é um dos desafios propostos pelo prefeito Ari Lafin. E a equipe da SAMA está empenhada nisso, nosso secretário adjunto Márcio Kuhn, está buscando alternativas viáveis”, destaca Lincoln.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Oliveira, também frisou a importância da união entre grandes e pequenos produtores. “O trabalho pode ser realizado em conjunto, um fortalecendo o outro”, cita. Oliveira destaca ainda outros pontos a serem discutidos como a instalação em conjunto de um frigorífico de peixes. “Seria uma forma de agregarmos valor à produção, garantindo a oferta constante do pescado no mercado local, ampliando a renda do produtor e fornecendo um alimento saudável ao mercado consumidor”, finaliza Oliveira.

De acordo com o Anuário Peixe Brasil 2019, no ano anterior (2018), Mato Grosso produziu 54.510 toneladas de peixe de cultivo. A produção faz com que o Estado fique atrás apenas dos estados de Paraná, São Paulo e Rondônia no cultivo de peixes de água doce.