Segundo o palestrante, é preciso estabelecer critérios mais claros para usar a tecnologia e manter a privacidade
Debater formas para manejar a tecnologia e transformar a maneira que a ferramenta é usada dentro e fora da sala de aula. Essa é uma das propostas trabalhadas pelo doutor em filosofia e história da educação, César Nunes na palestra de abertura do ano letivo para os 1,2 mil professores da rede municipal.
César trabalha com o tema “Educação e Emancipação: sensibilizar os conhecimentos e esclarecer os afetos na escola do 3º milênio”. Segundo ele, manter e lembrar valores do passado é fundamental. “É necessário transmitir questões éticas como os valores comportamentais, mas a educação também precisa incorporar a tecnologia. Contudo, precisamos criar critérios éticos para o uso”, pontuou César.
Segundo o palestrante, os critérios são necessários para que os cidadãos sejam usuários e não dependentes. E nesse processo a escola também precisa ser repensada para que não se torne somente reprodutora da tecnologia. “Há um momento específico para o uso do celular, da televisão, do tablet e na escola esses momentos devem ser regrados”, salientou. Para César, a escola não pode ser refém da tecnologia.
“Outro ponto é ensinar a fazer pesquisa. A internet é um oceano, mas se você não souber fazer pesquisa se torna tão superficial quanto um pires”, comentou. Para o palestrante, é preocupante o quanto se tornou superficial a realização da pesquisa após o advento da internet pela falta de noção do manuseio da ferramenta.
Há ainda “a necessidade urgente de espaços para manter a privacidade”, disse César. “precisamos desses espaços, nem tudo é para postar em rede social. Precisamos criar critérios para preservar a sanidade”, explicou.
Presente no evento o prefeito Ari Lafin disse que passou a vida inteira ouvindo os professores e “hoje vim para agradecer”. Lafin ressaltou que todas as pastas estão trabalhando em unidade e que uma das grandes apostas para o ano letivo de 2017 é a realização de atividades extras curriculares, como o projeto “Luz do Amanhã”, implantado em Sinop pela Polícia Militar.
“Queremos implantar projetos como esse aqui e também fortalecer o Bombeiros do Futuro, fortalecer as escolinhas e todos os projetos já desenvolvidos nas escolas. Queremos estar próximos e cuidar do professor também”, frisou.
Já o vice-prefeito, professor Gerson Bicego, relembrou o ano de 1994 quando as reuniões da semana pedagógica eram realizadas em uma sala de aula. “Eram poucos professores, agora, passado tão pouco tempo, crescemos muito em qualidade e com pessoas preparadas. Somos 1,2 mil professores. Tenho muito orgulho disso”, afirmou.
Gerson pontuou que esse é um “processo de caminhada, em que o Mário Spinelli vai se tornar integral. Estamos buscando a escola militar e já fomos até o Governo do Estado buscar mais duas escolas estaduais para atender a demanda local”.
Para a secretária de Educação e Cultura, Lúcia Dreschsler, a preparação para o retorno do ano letivo é fundamental. Conforme ela, em sala de aula “estamos buscando alternativas novas o tempo todo e precisamos estar sempre abertos para desafios e possibilidades. Desejo um ano cheio de conquistas para todos nós”, finalizou.
Participaram da abertura do ano letivo vários secretários municipais, vereadores e o suplente de deputado federal Éderson Dal Molin.
Planejamento
Após a palestra, o planejamento segue nas próprias escolas. Já no dia 09, na Escola Ivete todos os professores estarão reunidos para mais um ciclo de formação em que serão discutidos aspectos da educação especial, infantil, fundamental e do Pacto pela educação na idade certa.
No dia 10, seguem discutindo formação, os profissionais que atuam no Pacto e nos berçários no período matutino, já os demais estarão nas escolas trabalhando com planejamento.
Hoje o município conta com 33 unidades – 21 escolas de ensino básico e 12 Cemeis, que além dos professores, contam com o apoio direto de cerca de 150 profissionais atuando diretamente na gestão escolar e cerca de 14 mil estudantes matriculados.