De acordo com a presidente do bairro, Paula Cristina Barbosa Gonçalves, o bairro conta com muitos terrenos baldios e a meta é lembrar a todos os moradores que todos devem ser compromissados com a limpeza. “Precisamos nos lembrar de fazer a nossa parte e incentivar o outro a também fazer o que é correto; a intenção é mostrar que todos precisam estar inseridos no processo e comprometidos com a saúde do outro”, diz a presidente.

Paula aproveita para lembrar que o cuidado não pode estar relacionado somente aos meses chuvosos. “O mosquito está presente o ano todo e nosso compromisso é combatê-lo diariamente”, frisa. Conforme Paula, cerca de seis mil pessoas residem nos bairros Santa Clara I e II, “além disso a unidade III está em implantação”, pontua.

A coordenadora do Departamento de Vigilância em Saúde, Taynná Vacaro, destaca que no último ciclo o bairro apresentava um índice larvário de 1,22%. “Contudo, esse índice é do período anterior ao início das chuvas; o próximo ciclo encerra somente no fim de dezembro, então o ideal é todos os moradores, independente de bairro, observar seus quinais e eliminar possíveis criadouros e a proliferação do mosquito”, aponta.

Como evitar os criadouros

Entre os principais pontos com larvas estão as plantas. “Registramos muitas larvas em vasos de flores”, alerta Taynná. Por isso, a equipe solicita que os moradores mantenham os pratos de vasos de flores com areia. “E verifiquem qualquer recipiente, grande ou pequeno, que possa acumular líquido”, lembra.

Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um período de 10 dias. Por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo menos uma vez por semana: assim, o ciclo de vida do mosquito será interrompido.

O secretário de Saúde, Luís Fábio Marchioro, reforça que toda a população precisa estar atenta e manter quintais, calhas e terrenos baldios limpos, evitando criadouros não só de Aedes, mas de vários outros espécimes peçonhentos. “O ideal é que cada bairro se organize, assim como o Santa Clara em ações e trabalho de conscientização; isso reforça o trabalho diário feito pela nossa equipe. Também quero deixar claro que estamos à disposição de todos os bairros para a realização de mobilizações como essa”, diz.

Hoje, 35 agentes de combate a endemias atuam no Departamento de Vigilância, 31 deles diretamente à campo. “Mas lembramos a todos que cada um é responsável pelo seu lar; então é essencial que uma vez por semana verifiquem recipientes, calhas, plantas, cisternas, etc., e que toda a população nos auxilie não descartando lixo a céu aberto, pois muito desse lixo acaba entupindo bueiros e servindo como o criadouro ideal para todo tipo de mosquitos e de animais peçonhentos”, ressalta Luís Fábio.

Uso de inseticida

Luís Fábio destaca que o Departamento de Vigilância Ambiental tem recebido várias solicitações dos moradores para a aplicação de inseticida devido à grande quantidade de mosquitos na área urbana do município. Porém, há critérios para a aplicação do inseticida. Geralmente, o produto é enviado pelo Ministério da Saúde e só pode ser aplicado quando há ou notificação de caso suspeito ou a confirmação de caso. Sem a notificação não há como aplicar o veneno, pois não haverá a reposição da quantia usada por parte do MS.

A coordenadora de Vigilância em Saúde, Taynná, aproveita para esclarecer que “o veneno mata apenas o mosquito que estiver voando; ele não elimina mosquitos pousados ou as larvas. Então, a melhor recomendação é a eliminação, mantendo tudo limpo”.

Taynná completa ainda que quando há confirmação de ou suspeitas de casos de dengue, o inseticida é imediatamente aplicado em todo o quarteirão do local de suspeita ou confirmação.