Pintura em tela, crochê, bordado, arte em borracha, trabalhos em MDF. O talento da artesã Nélida Souza permite que ela dê nova vida a objetos que poderiam ter como único destino os depósitos de entulhos, como os pneus, por exemplo. No entanto, mesmo com talento e criatividade de sobra, a artesã ainda não consegue viver exclusivamente de sua arte.

 

Nélida representa o grupo de cerca de 30 artesãos que utilizam a Casa do Artesão da Praça da Juventude como vitrine para seus produtos. O local, edificado há quase duas décadas, apresenta problemas estruturais e também está pequeno para expor os materiais produzidos pelos integrantes do grupo, que incluem tapetes, bordados, pinturas, biscuit, arte com sementes e souvenires.

 

Além da Casa do Artesão da Praça da Juventude, o município também conta há dois anos com o Cantinho do Artesão, na Área Verde Central, na Rua Otávio Souza Cruz, nas proximidades do Park Shopping Sorriso. No local, 23 artesãos expõem suas produções, mas o número de inscritos é de 33, explica a representante da instituição, Márcia dos Reis Morais.

 

Profissionalizar a atuação dos artesãos, permitir que o trabalho feito por eles tenha mais visibilidade e também criar um ícone para o artesanato local foram temas de uma reunião realizada ontem entre a secretária de Assistência Social, Jucélia Ferro; o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Cláudio Drusina; a diretora do Departamento de Cultura, Luana Castro e representantes das duas associações de artesãos no Centro de Eventos Ari José Riedi. Entre as primeiras ações efetivas da reunião está a de promover a unificação das duas associações, o que é desejo das duas associações.

 

“Justamente para poder perceber quais são as maiores demandas do setor organizamos esta reunião, para que possamos pensar em um trabalho para promover uma gestão profissionalizante de todos estes artistas que tão bem representam a arte e a cultura local”, destaca Luana.

 

O secretário Claudio Drusina reforça esta preocupação e também aponta a necessidade de criação de um ícone da cultura sorrisense, gerando dessa forma uma nova ferramenta para a promoção do turismo local. “Sorriso, como Capital Nacional do Agronegócio é um polo de turismo ligado a negócios, recebe a visita de muitos empresários e, sempre que nos procuram, relatam levar daqui uma boa imagem”, comenta Drusina, que acrescenta ainda que este é um nicho de mercado que pode ser muito explorado.

 

A secretária de Assistência Social Jucélia Ferro, complementa que faz parte da atuação da pasta a realização de cursos de artesanato justamente para promover a geração de renda alternativa às famílias sorrisenses.  “O artesanato é uma importante fonte de renda, que permite a melhoria da qualidade de vida de muitas famílias, além de ser uma atividade que pode ser feita em casa e traz efeitos terapêuticos, pois, antes de tudo é arte, desenvolve a criatividade e da sensibilidade”, comenta.